Bem cedo pela manhã
Começamos o dia acompanhados de cadáveres
Que andam conosco por todo lado
E nesse dia tornam se inseparáveis
Quem ler estas pequenas quadras que escrevo
Achará que sou um ser fora do normal
Por tentar contar aquilo que está à nossa frente
E muitos dão até conta, mas não dizem mal
Há outros porém
Já nem dão conta
Porque algum tempo estão mortos
Mas teimam em não ver
Eu sei que a maioria das pessoas
Dirão coitado não está bom da cabeça
Está maluquinho, Coitadito
Mas eles andam ai, alguns até sem cabeça
Só as pessoas com uma mente mais aberta
Com outra maneira de encarar a vida
Acham tudo normal
Pois esta é a nossa realidade
Alguns até tomam café conosco
Se depois vem conosco para todo o lado
Não são os piores
São os sombras , passam o tempo atrás de nós,são os melhores
Muitas vezes quando me levanto
Tenho a sensação que tudo vai correr
Como um dia normal
Presinto uma presença a dizer vai esta tudo bem
Há quem ande cá a ver o que fazemos
Muitas vezes presinto que não estou sozinho
Quando escrevo até me dizem escreve esta palavra
É um espiríto bom que se encontra no meu caminho
Tenho quase a sensação
que sempre que sinto que estou perdido
Há um ponto de luz que me diz olha faz isto por várias, sai certo
Porque não fiz como lá estava escrito
Acreditem que as almas andam sempre a acompanhar nos
Não podem interferir mas vão dando pistas
Que só as pessoas observadoras
Conseguem olhá los, para não dar nas vistas
Por incrível que possa parecer
Muitas vezes aqui no Algarve,
desesperei sem saber o que fazer
Fartava me de dar voltas, mas encontrava uma solução
É por isso que eu digo tenho um anjo
Desde sempre me acompanhou
E me veio guiando pela vida fora
E logo com as causalidades nada falhou
E com a passagem do tempo
Estas causalidades começaram a ser mais frequentes
Dei me conta que alguma coisa
estava a mudar na minha maneira de pensar
Já algum tempo tinha dado uma grande
Volta à minha cabeça
Que me custou a entrar na minha cabeça
Nada do que eu dizia era verdade
Para ser honesto passei varias noites em claro
Até tinha medo da minha própria sombra
Todos os ruídos que ouvia
Ficava logo aflito
Passei muitas noites em claro
Com a sensação que estava gente lá em casa
E até me tapava todo até a cabeça
Depois começei a pensar
QUe tal vez fosse a depressão
Que não me deixava nem se quer pensar
Presentia gente ao pé de mim
Até tinha medo de me levantar
Fosse o que fosse
Passei noites cheias de medo
Pouco tempo de pouco essa sensação foi desaparecendo
E começei a dormir melhor
Digam pensem o que quiserem de mim
Acho que tenho sido aliciado por almas boas
Porque só assim eu compreendo
O porque de me conseguir desenrascar de todas as maluquices da vida
Só pode ser o meu anjo da guarda
Que me vai dizendo o que devo fazer
Sempre que escrevo estas coisas, é por alguma razão
Até as próprias casa que estão degradadas
Ao olhar para elas sinto o pulsar da gente que aqui viveu
Com as paredes tão desagarradas
Á janelas criando flores
Até os vidros partidos deitam lágrimas de dor
Outras à porém que estão bem arranjadas,
pintadas com flores alegres cheias de vida
Com as pessoas é a mesma coisa
Que se passa com as casas
Só que o pulsar as tornam diferentes
As casas estão fixas nos lugares e as almas acompanham as novas gentes
Eu sei que ao escrever estas palavras
Muita gente vai achar estranho
Mas no fundo achará Que não estamos sozinhos
Ou serei eu o uníco louco andar por cá
Será paranoía
Mas eu tenho a certeza
Que não sou o uníco a dizer que temos companhia
Por vezes não sei o que fazer
Mas algum anjo virá
E me deixará ver
Para os que não acreditam no que estou a divulgar
Também tenho uma palavra amiga
Que estejam atentos aos vossos sinais da vida
Nada do que estou a escrever nestas minhas divulgações
São inventadas nem contadas por terceiros
Tudo isto tem se passado comigo ao longo dos meus anos já vividos
Eu também estou confuso, não só mais do que os outros
Estarei mais alerta
Pois já tive alucinações
Que parecem que são reais
Um dia fui ver a campa da minha mãe ao cemitério
Junto à campa estava uma sra que me disse bom dia
Quando me aproximei olhei para todo o lado
E simplesmente a sra desapareceu
Passei algum tempo a pensar
Se o que eu tinha visto era realmente real
Ou seria mais uma alucinação
Mas quando sai do cemitério vi a sra de costas
Uns 50 metros a frente e fui a correr atras dela
Quando estava a chegar perto simplesmente desapareceu e nunca mais a vi
Luís Pragana
26-04-2010