Segunda-feira, 22 de Outubro de 2007
ESPÍRITOS VAGABUNDOS
DA CIDADELA
Sempre que aqui vou passar
Pressinto um sussurrar
Ouço ou pareço que ouço
Estas ruelas a chorar
Será imaginação?
Saudades talvez quiçá
Esta estranha sensação
Que os espíritos andam por cá
Será por me sentir bem aqui
Que imagino o que sinto
Ou estas almas vagueiam
Num mundo há muito extinto
Ficaram presas ao lugar
Jamais se libertaram
O corpo partiu daqui
Os espíritos por cá ficaram
São espíritos vagabundos
Que teimam em permanecer
Dão outro sentido à vida
Só crentes os podem ver
São as almas do passado
Vagueiam pela ruela
Nos sítios onde viveram
Dão vida à cidadela
Luís Pragana
14-09-2007
Sexta-feira, 19 de Outubro de 2007
NA HORA DE VENCER
Marques Mendes e Filipe Menezes
Disputaram o poleiro
Os dois querem ganhar
Para tomar conta do celeiro
Atacam-se mutuamente
Mas o Marques Mendes perdeu
O Luís Filipe jogou nas bases
Até os barões ele venceu
Os barões já são memória
De um tempo que já foi seu
Já passaram à história
Só o espírito de Sá Carneiro prevaleceu
Espantado o baronato
Viu as bases a crescer
E o novo líder do PSD
Acabou por convencer
Faz falta à democracia
Fazer frente a este poder
Que já deu cabo da classe média
E os pobres fez crescer
As promessas do senhor Sócrates
Puseram o país a votar
Mas nas próximas eleições
Não nos voltará a enganar
Os portugueses vivem mal
Mas alguns nunca viveram tão bem
Mas quem os colocou no lugar
Vai correr com eles também
Estamos fartos de pessoas bem falantes
A nova oposição vai ter que ajudar
Porque a próxima legislação
Muita coisa vai ter que mudar
Espero que o novo líder do PSD
O partido consiga convencer
E meta os barões no armário
Para o partido rejuvenescer
Agora, senhor engenheiro
Nova oposição se iniciará
A democracia bem merece
E o povo aplaudirá
Luís Pragana
17-10-2007
Quinta-feira, 18 de Outubro de 2007
O ARTIGO 30
DO NOVO CÓDIGO PENAL
O Artigo 30 do novo Código Penal
Já começamos a compreender
Têm leis feitas por encomenda
Para os poderosos defender
Agora sim, os abusadores das crianças
Já contam com mais um alento
Podem abusar à vontade
Só tarde os metem lá dentro
Para os pedófilos foi um brinde
Agora sim, podem gozar
Só contam o crime uma vez
Vai ser o sempre a aviar
Todo o cidadão deste país
Do processo casa pia ouviu falar
Mas que ninguém tenha ilusões
Este processo em nada vai acabar
Os inocentes implicados
Andam felizes e contentes
O novo Artigo 30 do Código Penal
Veio enchê-los de presentes
Muitas crianças inocentes violaram
Estes crápulas abusadores
Só a justiça Divina
Pode dar cabo destes senhores
Deste vergonhoso processo
Para memória futura o que vai ficar
É alguns perderem a cabeça
E começarem a matar
Aqui justiça não há
Com ela não podem contar
Os réus hão-de processar o estado
Que vai ter de os indemnizar
O s cidadãos violados
Terão pois que se organizar
Arranjar de alguma maneira
Estes criminosos fazer pagar
Luís Pragana
17-10-2007
Quarta-feira, 17 de Outubro de 2007
UM CASAL MEDIÁTICO
Capitulo I
Um dia um casal inglês
Veio para o Algarve férias passar
E escreveu uma novela de rapto
E colocou as autoridades portugueses a meditar
Este casal tinha três filhos
Gostava de na farra se divertir
Cedo punha os miúdos na cama
Para depois irem curtir
As férias já iam longas e alguma coisa correu mal
Foram fora jantar mas algo aconteceu
E as crianças adormeceram
E a filha mais velha desapareceu
Nessa noite o casal
Disse que estava perto a jantar
Revezavam-se a ver os filhos
Mas algo andavam a tramar
Já tarde e altas horas
Lembraram-se então de chamar
A policia portuguesa
Para o rapto participar
Contaram então à polícia
Que a menina desapareceu
Comunicaram à maneira deles
Mas a policia não convenceu
O tempo foi passando
A tese de rapto esmoreceu
Foram constituídos arguidos
E o estado de graça desapareceu
E neste estado de graças
Muito de bom a este casal aconteceu
Foram chovendo donativos
E algumas capitais europeias o casal percorreu
Até o povo português
Em Fátima pela menina tem rezado
Os donativos foram chovendo
Chegam ajudas de todo lado
Houve até quem disponibilizasse um avião
E o casal pela Europa viajou
Até o papa os recebeu
Também o Vaticano pela menina rezou
continua
Luís Pragana
17-10-2007
Terça-feira, 2 de Outubro de 2007
A DEBANDADA
O nosso povo está desencantado
Com destino que o país esta a levar
Começaram a sair novamente
Ir lá para fora trabalhar
Assistimos à debandada
Estão fartos de lutar
E milhares de patriotas
Este país querem deixar
Parece a fuga dos portugueses
Ao fascismo dos anos sessenta
Só que noutra dimensão
Hoje quem sai sabe o que enfrenta
Este governo e os anteriores
Só tem prejudicado os trabalhadores
Vão perdendo as regalias
O país está bom para os doutores
O governo do senhor Sócrates
Em pouco tempo conseguiu afugentar
Pôs os trabalhadores a emigrar
Muitos já nem pensam em regressar
Depois queixam-se os patrões
Que não há quem trabalhe
Estiquem os cordões à bolsa
E verão que ainda há quem não falhe
Se forem aqui ao lado
Chegarão a conclusão
Que os portugueses sem formação
São tão bons como os que lá estão
Desde que o senhor Sócrates
Defende o grande capital
Assistimos a um debandada fora do normal
As pessoas vão à procura de uma vida melhor o que é natural
Perdeu-se o encanto e as ilusões
Os sonhos e as frustrações
Neste país actual uns estão desgraçados
Só vivem bem os espertalhões
Luís Pragana
01-10-2007